Na região de Alenquer (35 km ao norte de Lisboa) existe um importante núcleo de pedreiras de calcário que fornece agregados utilizados na indústria da construção em toda a região. Estas pedreiras ativas há mais de 60 anos e apresentam elevada relevância no quadro social e económico regional.
Nesta região localiza-se também o aquífero de Ota-Alenquer, que contribui para o abastecimento de água da região de Lisboa. Os pontos de captação para abastecimento público são geridos pela Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL). Esses locais estão sujeitos a um regime de proteção, definido pela Portaria nº1187/2010, que distingue três tipos de zonas de proteção: zona de proteção imediata, zona de proteção intermédia e zona de proteção alargada.
A zona de proteção intermédia contém a quase totalidade do aquífero de Ota-Alenquer e as áreas de pedreira.
Desde 2005, dados hidrogeológicos vêm sendo coletados no âmbito de processos de avaliação de impacte ambiental (AIA) de pedreiras de Alenquer (Visa Consultores, 2010). Este artigo apresenta esses dados para fornecer informações acerca do suposto paradoxo entre qualidade das águas subterrâneas e a exploração de pedreiras.